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Resenhas

Razão e Sensibilidade, de Jane Austen | #1anocomAusten

Razão e Sensibilidade

Simmm! Finalmente, tirei minha virgindade literária da Jane Austen com o livro Razão e Sensibilidade, meu primeiro da autora. Agora, posso dizer que li um livro dela sem medo de ser feliz, hahahaha.

Originalmente publicado em 1811 sob o singelo pseudônimo “A Lady”, Razão e sensibilidade começou a ser escrito na década de 1790, quando Jane Austen (1775-1817) mal havia completado vinte anos. O livro é o primeiro da série de quatro romances que Austen publicou como edição do autor em seus últimos anos de vida. Todos se tornaram clássicos da literatura inglesa do século XIX.
Embora sua trama se desenvolva durante uma época de guerra e revolução no continente europeu, o romance concentra sua narrativa nas idílicas tramas de amor e desilusão em que duas belas irmãs inglesas se envolvem – Elinor e Marianne Dashwood – quando chega a idade do casamento. À procura do amor verdadeiro, as filhas órfãs de uma família pertencente à pequena nobreza enfrentam o mundo repleto de interesses e intrigas da alta aristocracia. Marianne e Elinor representam polos opostos do universo ético de Austen: Marianne é romântica, musical e dada a rompantes de espontaneidade, ao passo que Elinor é a encarnação da prudência e do decoro.
Ambientado nos cenários campestres do sudoeste da Inglaterra e nas casas senhoriais de Londres, o livro já foi adaptado inúmeras vezes para o teatro e o cinema. Esta reedição, com tradução de Alexandre Barbosa de Souza, conta com textos introdutórios dos professores e críticos britânicos Tony Tanner e Ros Ballaster, especialistas em ficção inglesa dos séculos XVIII e XIX, além de notas explicativas sobre o texto, a autora e sua época.

Fonte: Companhia das Letras
Razão e Sensibilidade

Para começar, como estava com saudades de ler um livro com uma forma narrativa que há tempos eu não lia. Eu gosto dos clássicos e eles possuem uma escrita que curto bastante. Histórias simples, bem escritas e com linguagem rebuscada. Um tom de ironia e sarcasmo que pode ser sentido na descrição dos fatos, nas falas e atitudes dos personagens. As críticas a sociedade e as relações sociais, políticas e econômicas. Poderia dizer que vi um pouco de Machado de Assis ali naquelas linhas.

Razão e Sensibilidade tem exatamente aquilo que o título propôs: a razão, mostrando como é a vida na época, os costumes, o trato social e a vida de uma sociedade aristocrática inglesa nos meados do século XIX; e também tem sensibilidade, com todo o romance e as aventuras amorosas e do coração que as protagonistas vivem ao longo dessa história.

Eu me apaixonei por ambas protagonistas. Duas personalidades distintas, mas que se completam. Ao longo da história vemos que essa dualidade das personagens, apesar de opostas, vivem as mesmas dores do amor e do coração partido.

O livro apresentava umas reviravoltas que me faziam querer ler logo para poder entender o que iria acontecer. As personagens davam todo o tom para a trama. como quis bater no irmão das meninas por ser tão babaca e manipulável; quis falar umas verdade para Sra. Jennings com aquele jeitinho intrusão dela. Uma coisa bem interessante em toda a trama é a presença das mulheres em primeiro plano em todas as situações do enredo. Os homens fazem um papel coadjuvante ou de baixa importância, sendo manipuláveis ou guiados por outras mulheres

Razão e Sensibilidade é contado em terceira pessoa, mas em alguns momentos o narrador se apresenta mais como um observador, um telespectador e sabia quase o tanto que o leitor sabia da história. Mas em outros momentos, ele parecia ser mais participativo e relatava muito mais sobre os sentimentos dos personagens. Com essas variações de posição do narrador me sentia um pouco confusa ao ler algumas partes principalmente em relação aos diálogos. Tive dificuldades em alguns momentos em detectar quem eram exatamente os personagens que participavam da conversa, principalmente pois tínhamos duas senhoritas Dashwood e duas senhoritas Steele.

O final do livro foi o esperado e o inesperado. Achei corrido e faltou um pouco de sentimento, de sensibilidade por ali. Talvez eu não tenha captado ainda a escrita de Austen e essa não seja sua real intenção, mas esse é o primeiro livro da autora que leio e aos poucos vou aprendendo com ela mesma a sua proposta de escrita e a história que ela quer passar.

Razão e Sensibilidade, de Jane Austen | #1anocomAusten

A edição lida de Razão e Sensibilidade

A edição escolhida para fazer a leitura do clássico foi o do selo Penguin Companhia, do Grupo Companhia das Letras. O projeto editorial segue bem os padrões dos livros da Penguin Classics, com a capa bem característica. A minha reclamação com essas edições é que a capa é de uma gramatura menor e por isso é mais sensível a dobras e amassados. Se não tiver cuidado o livro acaba tendo alguns machucadinhos nas bordas como vocês podem ver nas fotos. Outro detalhe que eu não curto muito é a lombada de cabeça para baixo, que já disse em alguma outra resenha, que é característico da editora.

A parte inicial do livro é composta por um prefácio e uma introdução escritos por estudiosos da obra de Austen. Nessa parte, podemos ver aspectos do livro que vão além da história, como as inspirações da autora para o livro, as intenções dela em colocar alguns personagens e a importância da obra para a literatura inglesa e mundial.

Não fiz uma leitura comparativa, mas a tradução se manteve preocupada em manter a linguagem da época com algumas palavras e expressões em português que hoje não são tão usuais ao falante comum.

Razão e Sensibilidade, de Jane Austen | #1anocomAusten

Eu já havia visto o filme Razão e Sensibilidade (1996), com as atrizes Emma Thompson e Kate Winslet, como Elinor e Marianne, respectivamente. Além disso temos Hugh Grant, como Edward Ferrars e o saudoso Alan Rickman, como Coronel Brandon. Não lembrava muito bem do enredo do filme e da trama em sim. Apenas lembrava das meninas e por isso não consegui desassociar as imagens das atrizes enquanto lia o livro. Mas após terminar a leitura fiquei com muita vontade de rever. Pena que não na Netflix.

Além dessa resenha, vocês podem conferir um vídeo-resenha que fiz para o canal do Prateleira de Cima. Esse vídeo faz parte do projeto 1 ano com Jane Austen. Se tiverem algum interesse em participar do projeto, confiram os vídeos lá no Youtube.

Razão e Sensibilidade é um livro para você que gosta de ler clássicos e também para todos aqueles que querem dar chance a uma boa leitura. Recomendadíssimo!

Razão e Sensibilidade (Sense and Sensibility)
Autora: Jane Austen | Tradução: Alexandre Barbosa de Souza
Editora: Penguin Companhia
Páginas: 512 | ISBN: 9788563560490
Skoob | Goodreads

Para ler: https://amzn.to/2Urrcdl


Mil beijos e até mais!

Sobre o autor

Karin Paredes, 37 anos, baixinha, tagarela, adora livros e bibliotecas. Bibliotecária, casada com o Eduardo. Carioca vivendo sonhos em São Paulo. No Prateleira de Cima, fala sobre livros, leituras, literatura e biblioteconomia.

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